Após meses negando que tinha intenção de atacar a Ucrânia, a Rússia de Vladimir Putin invadiu o território da democracia europeia com 44 milhões de habitantes por ar, terra, e mar. A ação militar deixa o mundo com uma pergunta central, mas difícil de ser respondida: afinal, qual o objetivo do presidente russo?
A relação entre Rússia e Ucrânia começou a se desgastar mais após a dissolução da URSS. Isso porque, logo após a fragmentação da União em várias nações, os Estados Unidos decidiram agregar mais países à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e com isso, iniciou-se um debate para a entrada da Ucrânia no bloco. O assunto ficou congelado durante anos. Os anos se passaram e a situação parecia controlada, até que os debates envolvendo a entrada da Ucrânia na Otan voltaram a ganhar tração após a eleição de Zelenski, atual presidente ucraniano, também bastante próximo dos Estados Unidos e da Europa.
Nosso entrevistado, João Daniel, é historiador (UFF) mestre em Relações Internacionais (IRI/PUC-RJ) e desde 2003 leciona para candidatos para o concurso de admissão à carreira diplomática tendo contribuído para a aprovação de cerca de 500 alunos, hoje diplomatas do Ministério das Relações Exteriores. Foi professor do Colégio Pedro II e da FGV. Ele fala sobre os impactos globais da invasão da Rússia à Ucrânia.
